“Quem
intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica”
(Romanos 8.33).
Parece que o apóstolo Paulo
neste momento toma um lugar sobre uma espécie de montanha espiritual como
Moisés, ao subir o monte e contemplar o comprimento e a largura da herança que
Deus tinha prometido para o seu povo como herança. Como quando Balaão de um
alto monte, tendo recebido para amaldiçoar Israel, olhando para as tendas do
povo de Israel na planície pronunciou: “Ele não viu a iniqüidade de Jacó, nem a
maldade de Israel, eu não posso amaldiçoá-los!!” – Mas eis aqui um desafio
maior: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus?” – Um desafio
ousado, um toque de guerra – Venha o campeão do mundo e do inferno e os acuse
diante do Deus Altíssimo se for capaz. Quem se apresentaria para o combate?
O primeira coisa que vemos
nesse desafio ousado é uma palavra que traz extrema alegria a uns e grande
ofensa a outros – “Eleitos”.
Se alguém quiser ignorar esta
palavra terá que ignorar todo o resto; pois só os eleitos não podem ser
acusados. Você não pode abandonar esta palavra, ignorá-la, varrê-la para
debaixo do tapete, e ainda assim dizer que Deus o justifica. Com santa ousadia o
apóstolo Paulo grita numa voz desafiadora: “Quem intentará acusação contra os
escolhidos de Deus?”
A questão é: por que os homens
se iram, suas narinas dilatam com raiva e explodem em ira quando a palavra
“eleito” ou eleição” chega aos seus ouvidos? Não é a palavra em si, muitos até
gostam de sua ‘poesia’ – sou ‘eleito’ – o ódio se manifesta contra a doutrina
que ela claramente representa.
Logo gritam com a objeção de
que é injusto que Deus tenha escolhido alguns para a vida eterna enquanto
deixam outros seguirem seus próprios caminhos em direção a destruição.
A objeção que as pessoas acham
formidável é um absoluto nada. Nós
podíamos perguntar – O que você acha de outra pessoa estranha a você escolha a
sua casa? – você diz: “Eu certamente tenho o direito de escolher minha própria
casa; ninguém sabe o tipo de casa que eu quero ou gosto – apenas eu” – E se
outra pessoa estranha a você tivesse a responsabilidade de escolher seus amigos
para o resto de sua vida? – Você diria – “Eu acho que tenho o direito de escolher
meus próprios amigos, os que outros escolherem pode ser para mim alguém
desagradável e inadequada...” – Você de fato acha que ninguém tem esse direito.
Se você for solteiro imagine alguém dizendo – “eu vou escolher a mulher com a
qual você passará o resto de sua vida, quer você goste dela ou não” – “Não”
você diz - “eu acho que tenho o direito
de escolher a mulher com a qual passarei o resto de minha vida, tenho o direito
de escolher minha própria esposa”.
Agora responda: Deus não pode
escolher sua própria casa? Não é a Igreja a habitação, o templo de Deus no qual
Ele habita – e não tem Ele todo o direito de escolher sua habitação? Não lemos
no Antigo Testamento que Deus escolheu
Sião e não Samaria? Cristo não teria o direito de escolher seus amigos para
toda a Eternidade? Ele não teria o direito de escolher, por exemplo, seus
próprios discípulos? Ou você acha que Ele devia deixar Judas Iscariotes
escolher para Ele? Não é a vontade dEle que devia se manifestar e escolher
Pedro, Tiago, João... Dizer “estes homens são os quais eu coloco meu prazer e
caminharei com eles durante minha jornada na terra”?
Não tem o Senhor o perfeito e
justo direito de escolher sua noiva? Você não quer que escolham sua noiva e
esposa por alguns anos apenas, e Cristo não poderia escolher Sua noiva com a
qual passará a eternidade?
Ah! Mas já imagino você
dizendo: “Aquelas são meras questões temporais e não envolve conseqüências tão
importantes. Devo dizer que me parece ‘injusto’ salvar alguns e outros não” –
Mas pelo modo como você fala fica evidente que você perdeu de visto o fato pelo
qual você não pode falar sobre justiça aqui. Você perdeu de vista o fato
central da miséria humana. Perdeu de vista o fato que todos os homens são
criminosos e que já estão justamente condenados por seus próprios atos, e que é
impossível haver injustiça em punir os culpados.
Imagine que toda a Máfia, com
todo o seu derramamento de sangue, violência, tráfico... fosse capturada. Todos
completamente manchados com tanto sangue derramado... Finalmente depois de
combates terríveis todos são capturados e freados em suas atrocidades
indescritíveis. Todos merecem a pena de morte. Metade deles depois do justo
julgamento são executados, outros pegam prisão perpétua e outros recebem
indulto gracioso do governante, poupados pela graça – foi feita alguma
injustiça? É claro que não. Injustiça seria se algum inocente fosse condenado e
executado.
“Não faria justiça o Juiz de
toda a terra? (Gênesis 18:25). Sim!! Tanto quando queima Sodoma e Gomorra e
toda sua população ou quando livremente justifica e salva Ló da
destruição. Naquelas cidades não haviam
inocentes. O Juiz de toda terra fez justiça. Só devemos falar em justiça e
graça se sabemos o significado essas palavras tem.
Mas o fato é que crendo na
eleição de Deus ou não; Deus declarou que ela ficará firme para sempre. Se o
homem não pode levantar acusação nem “contra os eleitos de Deus” – como poderia
se levantar vitoriosamente e acusar Aquele que elege? Se pelo fato de Deus
justificar o ímpio ele não pode mais sequer ser acusado, quem poderia acusar o
Deus eternamente Santo?
Mas há uma consideração
fundamental para todos nós fazermos. Segundo o texto Deus justifica apenas
aquele que Ele elege – não seria terrível odiar a eleição? Haveria esperança de
justificação? Se a palavra “eleito” está sobre todos os que Deus justifica e
sobre todos por quem Cristo morreu e ressuscitou; não seria a única coisa sábia
a fazer não contestar ou criticar a doutrina da Eleição, nem resmungar e
murmurar contra a Soberania de Deus na Sua escolha baseada no seu beneplácito e
não em algo de valor em suas criaturas? A única coisa sábia é fazer a simples
pergunta: “Eu sou um dos eleitos? – Tenho razão para acreditar que Deus me
justificou gratuitamente por sua graça e que Cristo morreu e ressuscitou por
mim? Tenho sido levado pelo Espírito Santo a crer nisso? Tenho sido regenerado
e recebido um novo coração com novas disposições, desejos, sentimentos...
voltados para a glória de Deus?” – Tomara que sim, pois
“Quem intentará acusação contra
os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica” (Romanos 8.33).
Soli Deo Gloria!!!
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